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Photo Credit: Cobrasoft |
O texto Nascimentos de natimortos e as reações despertadas nos profissionais de Clínicas Obstétricas, escrito por Michelle
Cristina da Silveira, aborda os temas morte, gravidez, luto, relações entre médico e paciente e as reações da equipe médica à morte fetal. Um texto muito
esclarecedor que me ajudou a entender
várias questões! Vale a pena lê-lo na íntegra.
Eu sempre achei intrigante o fato de que sinto duas dores distintas: a primeira é a decorrente da partida do Guilherme, enquanto que a outra é decorrente da ausência do Bebê. Chega a soar engraçado, mas é assim mesmo. A primeira dor, é minimizada quando penso na continuidade da vida após a morte, na programação reencarnatória de cada ser, na Lei de Ação e Reação, e também me consola a certeza do reencontro. Agora a dor devido a ausência do Bebê, até hoje é mais difícil de minimizar. Com o passar do tempo esta dor diminuiu, e hoje eu sou capaz de tocar um bebê, mas segurá-lo no colo, ainda é impossível, pois eu tenho medo de não querer mais devolvê-lo a sua mãe. Confesso que sei porque algumas mulheres roubam bebês.
De acordo com o texto, “...O luto pelo bebê morto, muitas vezes se mistura com o luto da identidade de mãe que já estava sendo formada (QUAYLE, 1997)....” citado por Michelle. Com esta leitura eu pude compreender que quando o Guilherme faleceu eu também deixei de ser mãe, da forma convencional, ou como imaginava. Tudo o que eu havia planejado pra ele, minhas reflexões sobre como me comportar, o que ensinar, como educar, quais exemplos deveria dar pra que ele se tornasse uma pessoa boa, também se tornaram momentaneamente desnecessárias. E o que fazer com toda esta preparação já que o Guilherme nos deixou tão rapidamente? É uma quantidade imensa de sentimentos, expectativas, planos que não tem para onde ir. Eu sempre senti culpa por sofrer com a ausência do bebê, pois tinha fé em Deus e o conhecimento dos princípios básicos da Doutrina Espírita, e acreditava que isto deveria bastar para o meu consolo, mas às vezes não bastava. O texto escrito por Michelle é libertador, me ajudou a compreender este sofrimento.
Agora eu sei que, ser uma boa mãe é parte de ser uma pessoa melhor a cada dia, e o fato de eu não poder exercer o meu papel de mãe naquele momento, não impede que eu o exerça no futuro. Além disso, também não impede que eu seja uma pessoa melhor a cada dia não só para um filho ou filha, mas para a família e a sociedade.
Eu sempre achei intrigante o fato de que sinto duas dores distintas: a primeira é a decorrente da partida do Guilherme, enquanto que a outra é decorrente da ausência do Bebê. Chega a soar engraçado, mas é assim mesmo. A primeira dor, é minimizada quando penso na continuidade da vida após a morte, na programação reencarnatória de cada ser, na Lei de Ação e Reação, e também me consola a certeza do reencontro. Agora a dor devido a ausência do Bebê, até hoje é mais difícil de minimizar. Com o passar do tempo esta dor diminuiu, e hoje eu sou capaz de tocar um bebê, mas segurá-lo no colo, ainda é impossível, pois eu tenho medo de não querer mais devolvê-lo a sua mãe. Confesso que sei porque algumas mulheres roubam bebês.
De acordo com o texto, “...O luto pelo bebê morto, muitas vezes se mistura com o luto da identidade de mãe que já estava sendo formada (QUAYLE, 1997)....” citado por Michelle. Com esta leitura eu pude compreender que quando o Guilherme faleceu eu também deixei de ser mãe, da forma convencional, ou como imaginava. Tudo o que eu havia planejado pra ele, minhas reflexões sobre como me comportar, o que ensinar, como educar, quais exemplos deveria dar pra que ele se tornasse uma pessoa boa, também se tornaram momentaneamente desnecessárias. E o que fazer com toda esta preparação já que o Guilherme nos deixou tão rapidamente? É uma quantidade imensa de sentimentos, expectativas, planos que não tem para onde ir. Eu sempre senti culpa por sofrer com a ausência do bebê, pois tinha fé em Deus e o conhecimento dos princípios básicos da Doutrina Espírita, e acreditava que isto deveria bastar para o meu consolo, mas às vezes não bastava. O texto escrito por Michelle é libertador, me ajudou a compreender este sofrimento.
Agora eu sei que, ser uma boa mãe é parte de ser uma pessoa melhor a cada dia, e o fato de eu não poder exercer o meu papel de mãe naquele momento, não impede que eu o exerça no futuro. Além disso, também não impede que eu seja uma pessoa melhor a cada dia não só para um filho ou filha, mas para a família e a sociedade.
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Questão 297 de O Livro dos Espíritos: A afeição que dois seres tiveram na Terra sempre continuará no mundo dos Espíritos?
– Sim, sem dúvida, se é fundada sobre uma simpatia verdadeira. Mas se as causas físicas foram maiores que a simpatia, ela cessa com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e mais duráveis do que as da Terra, porque não estão sujeitas aos caprichos dos interesses materiais e do amor-próprio.
Trecho extraído de O Livro dos Espíritos, Parte II, Cap. VI – Vida Espírita - Relações de simpatia e antipatia dos Espíritos. Metades eternas.
Questão 344 de O Livro dos Espíritos: Em que momento a alma se une ao corpo?
– A união começa na concepção, mas só se completa no instante do nascimento. No momento da concepção, o Espírito designado para habitar determinado corpo se liga a ele por um laço fluídico e vai aumentando essa ligação cada vez mais, até o instante do nascimento da criança. O grito que sai da criança anuncia que ela se encontra entre os vivos e servidores de Deus.
Trecho extraído de O Livro dos Espíritos, Parte II, Cap. 7 - Retorno à Vida Corporal - União da Alma ao Corpo. Aborto
Questão 890 de O Livro dos Espíritos: O amor materno é uma virtude ou um sentimento instintivo comum aos humanos e animais?
– Tanto um quanto outro. A natureza deu à mãe o amor pelos filhos no interesse de sua conservação; mas no animal esse amor está limitado às necessidades materiais e termina quando os cuidados tornam-se inúteis. No homem, ele persiste por toda a vida e comporta um devotamento e um desinteresse que são virtudes. Sobrevive até mesmo à morte e prossegue no mundo espiritual. Observai bem que há nele outra coisa a mais que no animal. (Veja as questões 205 e 385.)
Trecho extraído de O Livro dos Espíritos, Parte III, Cap. 11 - Lei de Justiça, Amor e Caridade - Amor maternal e filial.
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"(...) Obviamente, os efeitos da perda de um filho são diretamente proporcionais ao desejo da mãe em tê-lo e ao significado da maternidade para mesma, segundo KLAUS, KENNELL (1993), a intensidade do luto e tristeza após a perda precoce de um bebê está diretamente relacionada à qualidade do vínculo que foi formado durante a gestação. Partindo do pressuposto que o bebê era planejado, sonhado e até idealizado, quais seriam as possíveis reações dessa mãe ao ser abruptamente frustrada com a morte de seu filho?Sabe-se que sentimentos como raiva, culpa e depressão são os mais comuns e previsíveis nesses casos (MALDONADO, 2000), porém, não sabemos ao certo, até por conta da subjetividade de cada um, as conseqüências dessa situação traumática.
Tais conseqüências podem ser arrastadas ao longo da vida, já que uma perda como esta pode afetar a relação da mãe com o(s) filho(s) mais velho(s), bem como impossibilitá-la emocionalmente de ter um outro filho (BOWLBY, 1998). (...)"
Trecho extraído do texto Nascimentos de natimortos e as reações despertadas nos profissionais de Clínicas Obstétricas, escrito por Michelle Cristina da Silveira.
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