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Photo Credit: Ilco |
Depois que voltei a
trabalhar fiquei mais exposta aos fatos do cotidiano. As idas e vindas do
trabalho me traziam recordações, e às vezes me deixavam revoltada. No centro da
cidade, infelizmente, é muito comum a presença de andarilhos, e com muita
freqüência encontrei mães e seus bebês pedindo donativos. Foi muito difícil
conviver com este tipo de cena. Por vezes eu tive vontade de dizer que cuidaria
bem daquela criança, envolta em trapos e amparada pelos irmãos mais velhos (mas
não muito mais velhos). Vi grávidas fumando. Senti tanta vontade de arrancar
aquele cigarro de suas mãos. Infelizmente, nos noticiários, presenciamos
histórias de aborto premeditado, abandono, violência, e todo tipo de exploração. Um dia, na loja de cosméticos da minha
Sogra, vi uma grávida querendo comprar uma tinta para os cabelos. Minha cunhada disse que ela deveria conversar com o seu médico para saber quando poderia pintar os cabelos. Ela não se conformou e então a Flávia disse
que infelizmente não poderia lhe vender o produto, certa de poderia fazer mal ao
bebê. Espero que ela não tenha saído dali e comprado em outra loja. Eu tive
vontade de lhe dizer que deveria proteger o seu bebê, mas não tive coragem. Fiquei dias pensando neste episódio e conclui que é fácil julgar, apontar o que cada um deve fazer, se indignar, mas compreender cada um, com toda a sua história de vida, suas motivações e anseios é difícil. Conhecer a fundo a história do outro, antes de tecer comentários, e conclusões ajuda. Me colocar em seu lugar e refletir sobre como me comportaria em sua posição também.
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