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Photo Credit: Timobalk |
Eu sempre gostei de fazer analogias pra explicar as minhas dores. Quando criança dizia ao médico que a minha dor de garganta era como se a saliva tivesse que pular um obstáculo, como um cavalo tem que saltar um obstáculo em uma prova de hipismo.
Às vezes eu comparo a experiência de presenciar a vida e a partida do Guilherme à passagem de um Tsunami. Em segundos, tudo que parecia sólido é destruído. E você não tem mais nada, não tem nem para onde ir. Eu me senti assim muitas vezes: arrasada. Sentia que os meus planos de ser mãe, acalentados desde as primeiras brincadeiras com bonecas, foram levados pela água. Eu me senti perdida, sem rumo. Senti uma imensa falta do que não vivi e do que sonhei viver. Vi meus planos se desmancharem sem que eu pudesse fazer nada. Aos poucos fui me conscientizando de que os planos de ser mãe não foram destruídos, foram só adiados. E que era hora de completar as lacunas com novos desejos. Mas com uma diferença, reservando um espaço para um “plano B”. Uma alternativa para quando o plano principal mudar completamente de trajetória. Pessimismo? Não. Segurança. Assim, caso algo não saia conforme planejado, tem-se um outro caminho a seguir, ao invés de nenhum.
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