quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A vida não pára

Photo Credit: MayorNays

Todo dia muitas mulheres ficam grávidas e outras tantas vêem seus filhos pela primeira vez. Algumas conhecidas, outras não, umas são próximas e algumas são especiais para nós, ou para quem amamos. Da mesma forma outras se despedem deles, sempre, cedo demais. Definitivamente a vida não pára.
Apesar desta constatação, às vezes, ainda me entristeço com a presença de grávidas ou mães com seus pequenos bebês. Irracionalmente, eu me sinto agredida quando vejo alguém ter sucesso onde eu momentaneamente fracassei. Sempre que me vejo nesta situação, procuro equilibrar os pensamentos, pedir pela saúde da mãe e de seu filho, e faço uma prece pedindo forças para suportar um dia mais. E ela tem me trazido até aqui.
Sempre que posso, evito contatos na tentativa de evitar o sofrimento. Procuro por proteção, mas é inútil. De forma empírica, chego a conclusão de que quanto mais situações como estas enfrento, mais forte vou me tornando. Para conviver com esta nova realidade sigo este "manual":

  1. Olhar ao meu redor e identificar as pessoas que me amam (mas que não são perfeitas, assim como nós) e fazer o possível para torná-las felizes;
  2. Olhar ao meu redor e identificar todas as oportunidades de ser útil, mesmo que eu não tenha tanta vontade ou que seja difícil;
  3. Quando o “filme” recomeçar, interromper o raciocínio, dizendo para mim mesma: Isto já aconteceu, me deixa ainda muito triste, mas mesmo que eu passe o resto da vida pensando nisto, não vai fazer nenhuma diferença. Além disso, não adianta dar continuidade, em minha imaginação, a uma história que já terminou.
  4. Compreender que as pessoas a nossa volta não sabem exatamente o que estamos sentindo e por isto, com suas atitudes, às vezes, nos sentimos magoados;
  5. Lembrar que nunca estamos sozinhos em nossa jornada;
  6. Amar o Guilherme ainda que a distância, assim como amamos aqueles amigos que estão no exterior, e que um dia vamos encontrar novamente;
  7. Rezar, por mim e por todos os que passam pelo que nós passamos e vivenciar a religião com mais intensidade;
  8. Reconstruir a rotina diária, preenchendo os espaços vazios com novos sonhos ou redescobrindo aqueles abandonados. Construir novas histórias em nossas vidas.
  9. Chorar, enxugar as lágrimas e voltar ao passo 1 quantas vezes forem necessárias.

***

O impossível é uma tarefa que demora um
pouco mais para ser realizada.

(Joanna de Ângelis - Auto-conhecimento - uma busca interior, psicografado por Divaldo Pereira Franco)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ponto de restauração

Photo Credit: Stevenafc


Acabei de aprender que um ponto de restauração, é um arquivo que armazena todas as configurações do sistema em um determinado momento, e é utilizado se você precisar ou quiser restaurar as configurações anteriormente estabelecidas. A execução deste arquivo descarta automaticamente tudo o que foi instalado no computador neste intervalo de tempo. Aí eu fiquei pensando que seria muito bom ter um ponto de restauração para a vida, assim, eu poderia voltar no tempo. Apesar de tentador, este desejo implica na perda de toda experiência e apredizado decorrente do sofrimento (que seria “desinstalado”), neste período. Como isto nem é possível, resta me contentar com a possibilidade de “configurar” a existência, escolhendo rumos mais adequados e armazenando e executando apenas o que for seguro para garantir a integridade do sistema no futuro.
Depois de muito pensar, consegui compreender melhor esta vontade que senti de voltar atrás. Na verdade, a minha vontade é de me sentir como eu mesma. E não como uma estranha, como vinha acontecendo. Neste período todo eu sofri muito porque não me reconhecia, estava muito diferente de mim mesma antes desta experiência. Esta distância entre quem eu sou e como eu estou, estava me incomodando muito só não percebia. Várias vezes a Izabel me perguntou: - Então, você preferia nunca ter ficado grávida, e nunca ter conhecido o Guilherme? E eu respondia que não, mas de certa forma também queria voltar atrás. Sem perceber sentia muita saudade de mim mesma, era a mim que eu queria de volta.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Lugares de mim






Quando sentei para escrever este texto não tinha um bom motivo. Estava triste nem sei exatamente por qual motivo, são tantas coisas que não saem como planejamos. Ainda bem que eu avisei sobre os meus altos e baixos, é, eles existem, persistem até hoje, mas fico feliz pelos "baixos" não serem mais tão frequentes, nem tão "baixos" como antes... Aí lembrei de algo bom para contar. Fui assistir ao espetáculo Lugares de Mim, onde a bailarina é a minha professora de Dança Contemporânea, Juliana Adur, integrante do grupo Descompanhia de Dança. Neste espetáculo cada um dos bailarinos representa diferentes papéis, formam diferentes pares, transmitem os mais variados estados de espírito, que em uma hora de espetáculo você sente ansiedade, desejo, alegria, tristeza, paz, vontade de cantar, vontade de dançar. Mesmo em casa continuei a percorrer os lugares propostos pelos artistas e acabei por refletir, que o tempo todo também estamos transitando por lugares (estados de espírito) que não necessariamente representam nossa essência, mas por onde passamos algum tempo, aprendemos, descansamos, recomeçamos, e assim que possível, ou quando necessário, nos dirigimos para outro lugar. Assim vamos nos construindo como pessoas. Nada é estático, é tudo mutável, passageiro, efêmero, mas sempre autêntico. Há pouco estava num lugar de mim onde o cansaço e o desânimo estavam tomando conta, mas ao lembrar do espetáculo saltei imediatamente para outro lugar de mim, onde a beleza, a realização, a contemplação, a arte predominam e me preenchem com ânimo. Percebi que salto de um lugar para outro, retorno a alguns com freqüência. Lembrei de alguns lugares de mim que estavam esquecidos. Sou muito grata por ter assistido a este espetáculo, por ter este despertamento, e por ter me lembrado dele para poder terminar este texto muito melhor do que começou. Agora que terminei, deixe-me ver, para qual dos lugares de mim eu vou? E você, para qual deles vai?

***

“Lugar do amor

Em todo indivíduo existe
um recanto imaculado,
virgem, inexplorado,
silencioso, profundo...

Em toda criatura permanece
um mundo,
santo e ignorado,
nunca dantes penetrado,
aguardando,
enriquecido de ternura...

Há, no abismo de toda alma,
um rochedo,
um lugar, uma ilha,
um paraíso,
recanto de maravilha
a ser descoberto...

Em todo coração se demora
um espaço aberto para a aurora,
um campo imenso
a ser trabalhado,
terra de Deus,
lugar de sonho,
reduto para o futuro...

Em toda vida
há lugar para vidas,
como em toda alegria
paira uma suave melancolia
prenunciadora de aflição.

Há, porém, um lugar em mim,
na ilha dos meus sentimentos não desvelados,
um abismo de espera,
um oceano de alegria,
um cosmo de fantasia,
para brindar-Te,
meu Senhor!

Vem, meu amado
Rei e Senhor,
dominar a minha ansiedade,
conduzir-me pela estrada
da redenção.

E toma desse estranho e solitário país,
Reinando nele e o iluminando
com as tuas claridades celestes,
para que, feliz, eu avance,
até o desfalecer das forças,
no Teu serviço libertador.

Vem, meu Rei,
ao meu recanto
e faze de minha vida
um hino de serviço.
E por Ti uma perene
canção de amor.”

Poesia extraída do livro Pássaros Livres, ditado pelo espírito Rabindranath Tagore, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Apesar de tudo

Apesar de tudo é o título de um texto,  escrito por Nospheratt e publicado na íntegra, no blog Deusario. Eu não sei por qual motivo ele foi escrito, mas retrata com exatidão como eu me sinto às vezes. Depois de ler, eu respirei fundo e não me senti mais sozinha. Me fortaleci para recomeçar mais uma vez. 


(...) Às vezes, a vida é tão dolorosa, difícil, judiada, que sinto que vou me quebrar. Às vezes me sinto como um graveto partido, como uma coisa inerte e abandonada. Como uma coleção de pedaços rasgados, jogados ao vento, sem consolo e sem esperança.
E no entanto… no entanto. No entanto ainda estou aqui. Sempre encontro uma forma de resistir, de permanecer, de não desistir. De suportar mais uma tormenta, e levantar sobre minhas próprias pernas outra vez. (...)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E as tentativas recomeçam

Photo Credit: Plrang

A medida que o tempo vai passando, surge a vontade de ter um outro filho. Primeiro impasse: preciso de um médico. Eu não tenho condições de voltar a me consultar com a médica que me acompanhou durante a gravidez do Guilherme. Primeiro pelo fato de reconstituir todo o filme a cada retorno ao consultório, segundo, por ela ter dito que eu devia adotar um bebê, sem ter feito nenhum exame adicional. Eu sei que ela é mãe adotiva, e que ela tentou aliviar a minha dor dando-me a sua opção. Entretanto, senti como se ela estivesse desistindo de mim e do meu filho. Foi inevitável que a relação de confiança que antes existia se rompesse. Apesar de não ir mais ao seu consultório, um dia tive a intuição de que devia escrever para ela, então aguardei a proximidade do Natal e escrevi um cartão, poucas palavras relativas à sua importância na tarefa de auxiliar muitos seres a renascer. Coloquei o cartão no envelope e deixei na portaria do prédio. Espero que ela tenha lido.
Mas a minha relação com os médicos está muito estremecida, já visitei alguns, e a cada nova consulta tenho que contar toda a história do Guilherme mais uma vez. Além disso, a cada re-consulta, ouvir o médico ler todos os seus apontamentos da história é terrível. Soma-se ainda ter que aguardar na recepção cercada por grávidas e mães com bebês. É uma tortura.  Mas para realizar um sonho, todo este esforço vale a pena. Pena que a nova gravidez não aconteceu tão rápido quanto a primeira. E com o passar do tempo a expectativa é substituída por angústia. A cada tentativa, surge a necessidade de um novo exame, um novo problema, ou simplesmente um resultado negativo. Existem mulheres que passam anos na tentativa de engravidar, algumas conseguem, outras não. Eu continuo lançando os dados.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O presente

Photo Credit: Modish
Uma colega do trabalho, que trabalha no interior do Estado, está grávida. É um menino. Eu já cansei de dizer o quanto é sofrível passar pela frente de uma loja de roupinhas para bebê. Mas hoje, fiz algo que achava não ser capaz: comprei um presente para eles. Entrei na loja, apontei para a vitrine e disse: quero um tip top desses (apontei o dedo para a vitrine), tamanho RN, para menino. Só pronunciei estas palavras e todas de uma só vez. A atendente veio trazendo vários para que eu escolhesse, e antes que ela os espalhasse, eu disse: este mesmo e pra presente. Foi a compra mais rápida que eu já fiz. Eu não consigo comprar nem pãezinhos na panificadora com esta velocidade, sempre fico em dúvida entre o francês ou o pão d’água. Eu não entreguei em mãos, pois ela não pode viajar, então solicitei que o presente fosse entregue pela funcionária que veio em seu lugar. Aí doeu, pois ao entregar o presente, ela quis me contar que ela estava muito bonita, muito feliz, etc. Eu interrompi a conversa, agradecendo a gentileza e desejando boa viagem. Eu não aguento os detalhes... Assim que recebeu o presente, minha colega de trabalho enviou um e-mail agradecendo o presente e prometendo que quando o bebê o usasse que ela tiraria uma foto e enviaria pra mim. Eu respondi dizendo que não havia necessidade. Mas queria dizer: nem pense nisso. Foto já é demais! Mesmo assim valeu a pena, ela ficou feliz e eu não imaginava que seria capaz de comprar um tip top. Ah! Pra comemorar, tomei um delicioso suco de pêssego. Meses mais tarde, a Suzana mandou um e-mail com a foto do bebê, como havia prometido. Eu não abri a foto, agradeci a gentileza e ponto final.

sábado, 8 de janeiro de 2011

E as coisas do Guilherme


Photo Credit: Jascha400d
Desde que tudo aconteceu, eu sabia que o enxoval do Guilherme, seria muito útil a outro bebê. Entretanto, eu fui incapaz de me desfazer das coisas dele. Acho que era uma forma de mantê-lo presente na minha vida, uma tentativa de voltar ao passado e restaurar os nossos momentos felizes. Além disto, tudo estava impregnado de muito carinho. Motivada pela esperança de ter outro filho, acabei reforçando a necessidade de guardar todo o enxoval. Entretanto, um fato novo me fez mudar de opinião sobre este assunto. A irmã do meu marido engravidou. É um menino. E existe um enxoval inteiro guardado em algum lugar. Eu sempre tive vontade de manter todas as roupinhas, sapatinhos, brinquedos, móveis, mas hoje eu sinto vontade de me desfazer de tudo, cheguei a conclusão que são apenas coisas, roupas, que o Guilherme nem chegou a usar. Tenho a sensação de que enquanto eu não der uma utilidade para as coisas deles, nada vai se modificar. A suas coisas estão impregnadas de carinho, mas também de tristeza. Às vezes eu penso: quem é que gostaria que seu filho usasse roupinhas de um bebê que morreu? Eu já pensei em emprestar as minhas roupas para a minha cunhada, seria mais fácil, mas eu não tive coragem de ir até lá. Já li sobre o desapego aos bens materiais (1), mas confesso que colocar isto em prática é muito mais difícil do que eu sempre imaginei. É muito fácil reunir em uma sacola, uma série de roupas que não servem mais ou das quais estou enjoada e doá-las, mas me desfazer de algo que ainda tem muito significado é muito difícil. Hoje, depois de muita conversa, quase dois anos depois do nascimento do Guilherme, depois do nascimento do André (nosso sobrinho) as suas coisas foram doadas para um orfanato e acho que serão muito úteis por lá. E eu, fiquei feliz com o destino dado a elas.

Apego e Renúncia

Texto escrito por Carlos Romero
"Ensinava o grande Albert Schweitzer, que herói não é o homem da ação. Herói é o homem da renúncia.
Portanto, grandes não foram Napoleão, Hitler, Stalin, Bismark. Grande foi Jesus, Francisco de Assis e o próprio Schweitzer, que, um dia, resolveu deixar o conforto da Europa civilizada, para enfrentar a selva africana, onde foi cuidar dos negros famintos e doentes.
Mas a gente costuma valorizar os homens de ação, os homens práticos que fazem o progresso material e as guerras. Para eles todas as homenagens.
O ato da renúncia é mais louvável do que o ato do apego. E a gente vive, o tempo todo, se apegando às coisas, ás pessoas, aos lugares, como se essas coisas, essas pessoas, esses lugares estivessem, sempre, à nossa disposição.
O medo que estamos sentindo, frequentemente, é o medo das nossas perdas. Perda da mocidade, perda do dinheiro, perda da saúde, perda do prestígio, perda do amor, perda do emprego, perda da amizade.
Renunciar é, sobretudo, um ato de coragem. E poucos conseguem praticá-lo. É fácil apegar-se. Difícil é desapegar-se.
E eu estou, agora mesmo, me lembrando daquele encontro de Jesus com o moço rico, que desejava ir para o céu: "Mestre, o que é necessário para alcançar a vida eterna?"
O rapaz possuía muitas propriedades, muito dinheiro e era religioso, pois cumpria todos os mandamentos da lei mosaica: não mentia, não roubava, não caluniava, não pronunciava o nome de Deus em vão. No conceito dos homens, era um bom moço.
Jesus veio, então, com aquela recomendação que valeu por um difícil teste: dá tudo o que tens aos pobres e terás o paraíso.
Aí o moço baixou a cabeça e saiu, envergonhado, sem dizer uma palavra. O preço do paraíso era muito alto. Renunciar aos bens, aos interesses mundanos, jamais. Foi difícil formar um patrimônio; porém, mais difícil, ainda, foi renunciar, ou melhor, desapegar-se.
Não vamos interpretar o episódio ao pé da letra. A renúncia que Jesus queria era a renúncia ao apego, porque o apego é o que nos escraviza, é o que nos preocupa, é o que nos angustia, é o que nos torna infelizes, deprimidos, egoístas.
Não é o ato da renúncia que importa. O que importa é o espírito da renúncia. Você pode ter muitos bens e não ser apegado a eles, desde que se conscientize de que tudo passa, de que tudo nos chega como empréstimo, porque chegará, um dia, em que teremos de abandoná-los. Ninguém é proprietário de nada, a não ser de sua própria consciência.
É difícil renunciar. Até mesmo a um simples cigarro.
Rico é aquele que é pobre de necessidade - escreveu um grande pensador. Parafraseando, diríamos: rico é aquele que é pobre de apegos.
Renunciar ao ódio, à vingança, aos vícios, aos ressentimentos, à inveja, eis aí o grande heroísmo.
Afinal, como devemos viver no mundo?
Paulo de Tarso tem a receita. Ei-la: "viver como possuindo tudo, nada tendo, com todos e sem ninguém".
Tribuna Espírita - Out/Dez - 95"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Escolhas

Photo Credit: Nem Youth

A cada minuto temos uma oportunidade de escolha:
- o que comer?
- o que beber?
- o que vestir?
- o que dizer?
- o que pensar?
Em geral, as nossas escolhas são determinadas por nossos costumes ou convenções. Muitas das decisões tomadas durante o dia são feitas sem muita reflexão, quer seja por falta de tempo, vontade ou hábito. E aí é que se encontra a nossa oportunidade de mudança: escolher uma nova forma de pensar, abrir um espaço para a reflexão, avaliar as opções como um observador e não como protagonista da história.
Fácil? Difícil. Rápido? Lento.
Mas a cada nova e melhor escolha, o principal beneficiado somos nós mesmos. As pequenas escolhas que fazemos a cada momento parecem não ter muita importância, mas se observarmos, o simples fato de escolhermos continuar a pensar em um determinado tema, mesmo que isto nos faça mal, pode desencadear um estado de sofrimento que não se acaba. A partir do momento em que optei por interromper a seqüência de pensamentos que sempre me levam ao mesmo filme, e trocá-lo por novos pensamentos, houve uma grande diferença. Não deixo de pensar no que aconteceu, mas não vivencio todos os detalhes diariamente, como antes. Às vezes eu não consigo interromper, e revejo o filme, mas isto ocorre com uma freqüência muito menor. E com isto eu me tornei mais leve. Esta escolha também me fez enxergar que a minha vida nunca mais será a mesma, mas ela não precisa ser pior. Ela pode ser melhor mesmo que tenha seguido uma direção diferente daquela que sonhei, quem decide sou eu.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Praticar o bem

Photo Credit: Tijmen

Vivi em meio a um turbilhão de sentimentos negativos como venho contando, mas que não me dominaram porque sou otimista, tenho esperança e fé em Deus. Também devo essa capacidade de seguir em frente, ao apoio do Meu Bem, da minha mãe, das minhas irmãs, dos meus avós e da minha tia Jaqueline. Ao meu conhecimento prévio da Doutrina Espírita, e ao trabalho da minha querida Psicóloga Isabel. Também foi muito importante a minha participação no Grupo de  Estudos do Livro Auto-Conhecimento: uma busca interior, psicografado por Divaldo Pereira Franco e ditado pelo Espírito de Joanna de Angelis. Mas um movimento fundamental para modificar as estruturas de meus pensamentos e sentimentos foi o trabalho voluntário. Eu já conhecia o bem-estar proporcionado pelo trabalho voluntário anteriormente, dei aulas de informática básica e era muito gratificante compartilhar o conhecimento que se tem. Mesmo assim demorou até eu sentir a vontade de doar o meu tempo novamente, hoje, dou aulas de dança para crianças com idade entre 7 e 10 anos, e é muito bom, eu sempre voltou mais feliz das aulas e me sinto muito útil e participando da vida de cada um deles. Mas existem inúmeras oportunidades de se fazer o bem. Seja dar um sorriso ao acordar, preparar um bolo e levar um pedaço para a vizinha, pequenas e grandes coisas estão esperando para serem feitas neste exato momento.

***
Escrito por Leda Maria Flaborea

"(...) As dificuldades, de toda ordem, são inerentes à nossa condição humana, –, o fato é que o Pai precisa nos encontrar executando as tarefas que nos competem para poder nos ajudar. (...)  
Então, permaneçamos atentos, agradecendo ao Pai as oportunidades oferecidas, e assim, Seus Mensageiros encontrarão, na própria tarefa, os meios de nos socorrer. Por tudo isso, é importante prosseguirmos ajudando os outros dentro das nossas limitações. (...)
Poderemos ser ou estar limitados neste momento, mas não poderemos ser ou estar ociosos, física e/ou intelectualmente.(...)"

***

"(...) Muitas vezes, o campo enflorescido se cobre de lama e sangue; entretanto, na sua tarefa silenciosa, os corações maternais não desesperam e reedificam o jardim da vida, imitando a Providência Divina, que espalha sobre um cemitério os lírios perfumados de seu amor!...
Maria de Magdala, ouvindo aquelas advertências, começou a chorar, a sentir no íntimo o deserto da mulher sem filhos. Por fim, exclamou:
- Desgraçada de mim, Senhor, que não poderei ser mãe!...
Então, atraindo-a brandamente a si, o Mestre acrescentou:
- E qual das mães será maior aos olhos de Deus? A que se devotou somente aos filhos de sua carne, ou a que se consagrou, pelo espírito, aos filhos das outras mães?
Aquela interrogação pareceu despertá-la para meditações mais profundas. Maria sentiu-se amparada por uma energia interior diferente, que até então desconhecera. A palavra de Jesus lhe honrava o espírito; convidava-a a ser mãe de seus irmãos em humanidade, aquinhoando-os com os bens supremos das mais elevadas virtudes da vida.(...) então, murmurou comovidamente:
- Senhor, doravante renunciarei a todos os prazeres transitórios do mundo, para adquirir o amor celestial que me ensinastes!... Acolherei como filhas as minhas irmãs no sofrimento, procurarei os infortunados para aliviar-lhes as feridas do coração, estarei com os aleijados e leprosos...(...)".

Trecho extraído do livro Boa Nova, ditado pelo espírito Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, FEB, 32ª Edição, 2004, pag. 131-134.